quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vitor Ramil e Arthur Nogueira: a poesia dominou



Vanja Lima ( produtora do espetáculo) - Para nossos amigos seguidores do Blog da Sonido, a matéria na íntegra do Jornal Diário do Pará (nosso parceiro neste espetáculo), do show de Vitor Ramil e Arthur Nogueira. 
As pessoas que não assistiram ao show, poderão saber um pouco da emoção que rolou! Apenas lamento a crítica que a jornalista fez em relação ao show de Arthur Nogueira, muito pelo contrário, recebí muitos elogios, deixando muito longe a possibilidade de ter havido sequer um bocejo durante sua apresentação e, olha que a platéia estava recheada de artistas e críticos, como: Nilson Chaves, Vital lima, Marcos Campelo, Gracinha Costa, Leandro Dias, Andrá pinheiro , em fim, celebridades da terra, que ficaram emocionados com a apresentação do colega Arthur Nogueira. Além, da má informação a respeito do projeto, onde não havia a atração principal, e sim, 2 show com o preço de um.
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A MATÉRIA:
As luzes se apagam antes das dez da noite. A produção começa a arrumar o cenário, enfeitado com a quase nudez de elementos, onde uma cadeira e um violão se destacam. Com tudo pronto, Vitor Ramil surge devagar no meio da escuridão. Há três artistas ocupando um lugar só. O cantor, o compositor, o violonista. Vitor senta-se na cadeira, pega o instrumento de trabalho e inicia os primeiros instantes de “Livro Aberto”. “É a minha estreia nesse teatro, então tenho que tocar direitinho”, brinca ao final da canção.

Na última sexta-feira, 16, Ramil esteve em Belém numa apresentação que também reuniu no Teatro Maria Sylvia Nunes o paraense Arthur Nogueira, através do projeto Duas X Música. Dois cantores. Dois caminhos musicais entrelaçados pela estreita relação que cada um, ao seu modo, construiu com a poesia.

O clima poético começa com o relógio marcando 21h14, quando Arthur entra no palco e recita Manoel Bandeira para, em seguida, cantar a dolorida “Mal Secreto”, de Jards Macalé e Waly Salomão. Na sequência, ele passa para “03h05”, parceria com Vital Lima. “Alguém que eu admiro e amo”, diz.

Arthur traz ainda a belíssima “Simbiose”, fruto de outra parceria, mas com o poeta Antônio Cícero. Depois, interpreta “$ Cara” (Marina Lima e Antônio Cícero). Há até uma versão para “Soul Love”, de David Bowie. Então, ele pausa as canções e recita um novo poema, dessa vez de Cícero.

O show de Arthur Nogueira provocou surpresa em alguns e bocejo em outros. Já Renato Torres, acompanhando ao violão, roubava olhares a cada novo acorde, numa espécie de microespetáculo à parte. Em pouco mais de 30 minutos de música e poesia, Arthur também cantou “Gratuito”, de autoria dele com Renato Torres; e encerrou com “Sei Lá”, de Felipe Cordeiro. Os dois saem de cena para dar espaço à principal atração do projeto.
A COMPLETUDE ARTÍSTICA

Durante toda a noite, Vitor Ramil engataria, entre uma composição e outra, pequenos diálogos com o público, muitas vezes arrancando gargalhadas e aplausos dos espectadores, ora por dividir uma história engraçada, ora pelo talento e cultura que ele exibe sem parecer arrogante. Pelo contrário, Ramil é de uma delicadeza e simplicidade que faltam em inúmeros candidatos a artista espalhados por esse Brasil. O músico conta que o momento atual é de envolvimento na concepção do novo disco, um álbum duplo, onde mistura antigas e novas canções, entre elas “Foi no mês que vem”. A cada letra, melodia e arranjo, o artista vai fascinando a plateia com a sensibilidade e o cuidado presentes em suas composições. Sem esquecer aquela visualidade que transborda como em “Que horas não são”: “A onda nunca vai quebrar/É sempre a mesma estação/O sol queimando o teu olhar”.

E há ainda as músicas que o gaúcho só toca em Belém. “Assim, Assim” é um desses casos e quem foi conferir o show dele pôde ouvir, talvez, uma das canções mais aplaudidas da noite. “Assim, Assim” é uma balada que vai crescendo até explodir em versos como: “um dia a gente ia terminar/saindo pela tangente/ou desidratado de tanto chorar/na certa ainda vais remexer/nisso ou naquilo até concordar/que o nosso erro foi não conjugar/aos limites o verbo amar”.
POESIA E MÚSICA

O público ainda se encantaria com “Espaço”, “A ilusão da casa”, “Neve de Papel”, a releitura para “Sexy Sadie”, de John Lennon e Paul McCartney, e tantas outras. Em “Milonga de Los Morenos” e “Deixando o pago”, o flerte com as poesias do argentino Jorge Luis Borges e do gaúcho João da Cunha Vargas.

Com “Loucos de Cara”, Ramil nos pega pelas mãos e convida para andar pelo mundo, para sumir. Fugir. Porque nada, “nada nos prende”. Aí ele executa “Grama verde” e termina a apresentação com “Astronauta lírico”, e desaparece do palco. Volta para o bis com “Viajei”. Canta em coro com os fãs em “Joquim” e chama Arthur Nogueira para um dueto em “Estrela, Estrela”. Tudo devidamente registrado por celulares e máquinas digitais. E quem não foi ao Sylvia Nunes terá de conviver com a ideia de que perdeu um grande show de Vitor Ramil.  (Diário do Pará).

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