Acompanhados apenas pelo contrabaixo de Sizão Machado, Braz e Zé Renato dividem, além das vozes, violões e percussões em um formato enxuto em que os espaços são ocupados de forma abrangente por suas vozes encorpadas, de timbres diferenciados e divisões precisas.
E o repertório só contribui para o trabalho, em que até regravações mais óbvias como a faixa que junta "Kid Cavaquinho" e "De frente pro crime", de João Bosco e Aldir Blanc, ganham novos coloridos em arranjos simples e criativos.
O encontro entre o paulista Braz e o capixaba Zé Renato começa com um cheirinho de Minas na parceria de Zé com Milton Nascimento "Ponto de encontro", em que o duo de vozes ressalta a aura barroca da canção. Na sequência, "Adiós felicidad" só ressalta a universalidade do trabalho da dupla.
Paulo César Pinheiro é reverenciado em quatro faixas, duas em parceria com Wilson das Neves, "Um novo amor chegou" e "O dia em que o morro descer e não for carnaval", e duas com Dori Caymmi, "Rio Amazonas" e "Desenredo".
A dupla brilha também em "A saudade mata a gente", de João de Barro e Antonio Almeida, "Capoeira de Arnaldo", de Paulo Vanzolini, e na canção que dá nome ao disco, de Zé Renato e Xico Chaves. Mais do que um papo, uma longa conversa de dois canários da MPB.
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