sexta-feira, 23 de julho de 2010

IMPROVISO: RENATO TORRES


e o que me coube acabe aqui
no abraço, recobrar

o abrigo, o último motivo
do que não tive que enfrentar
a ventania do impossível
respirar

bem pra lá, depois da espera
o trem deserto, ninguém
por perto, aperta o passo
deixa o que passar

deixar pra trás o que não soube
sem parar, arrisca
o teu menor esforço
e ali, no dorso do improviso
vai, sem avisar

deixar quieto o que não houve
e o que se move, enovelar
na memória, no olhar

ouvir a loa da verdade
e a vontade enviesar
nas direções que cada instante
avistar
Postado por Renato Torres às 9:28 PM
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